Sejam Bem-Vindos

Olá.. meu nome é Renata, tenho 27 anos, moro em Osasco - SP. Espero de coração que gostem e que participem do blog!!


Tenho HPN desde 2005 e estou em tratamento desde 2007, uma luta difícil, mas como dizem: - Temos a cruz que conseguimos carregar. E graças a minha família, aos médicos e a Deus, estou carregando a minha com coragem, esperança, alegria e otimismo.


A psicanálise moderna vê na borboleta um símbolo de renascimento, anexei a foto de uma, para ser o nosso símbolo.



"Quem me dera ao menos uma vez que o mais simples fosse visto como o mais importante" (Legião Urbana)



"Nossa história não estará pelo avesso assim e sem final feliz, teremos coisas bonitas pra contar e até lá vamos viver, temos muito ainda por fazer, não olhe para trás apenas começamos, o mundo começa agora, apenas começamos..." (Legião Urbana)



quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Parte 3 - A Vitória.

Tive alta um dia após tomar o Solíris pela primeira vez, fui pra casa com a certeza de que não voltaria mais ficar internada, minha intuição estava certa, não voltei mais.
Na semana seguinte a minha alta fui ao hospital para uma consulta, e meu HB (Hemoglobina) estava 12, nunca tinha tido um HB tão alto, nem quando estava bem, depois de uns dois dias comecei a levantar sozinha (anteriormente não levantava de lugar algum sem ajuda), daí tive uma noção bem clara do poder do Solíris.
As conquistas só aumentaram, logo comecei a subir escadas e a recuperar meu peso, a dirigir, a sair novamente e a me sentir bem que é o mais importante. Hoje estou trabalhando e semana que vem volto a estudar, terminarei a faculdade. Agora só tenho de ir até ao HC de 15 em 15 dias para tomar o Solíris e fazer controle de coagulação.
Mas isso tudo não seria possível sem a ajuda essencial de algumas pessoas na minha vida, o Dr. Guilherme que nunca desistiu de cuidar de mim, mesmo quando dei várias mancadas, a Drª Sandra que fez o possível e o impossível para conseguir o Solíris, a todos os médicos residentes do HC, aos enfermeiros, aos meus amigos, ao Laboratório Alxn, a Deus e principalmente a minha família.
Devo minha vida a vocês, obrigada por tudo.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Parte 2 - O Tratamento.

Como a Maysa já cantava..."Meu mundo caiu lá lá lá lá lá lááá´...",o meu mundo caiu também, poxa saber que eu estava doente eu sabia, que não era coisa boa também, mas uma doença com nome estranho e que não tem cura é muito ruim, e ainda meu médico citou algo como: "CURA SOMENTE SE VOCÊ FIZER UM TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA"... Pronto cai aos prantos.
Cheguei em casa e fui procurar na internet o que era aquilo, não tinha entendido quase nada do que meu médico tinha tentado me explicar, liguei para o meu irmão e ficamos os dois pesquisando, achei pouca coisa, apenas um relato breve de duas pessoas, mas muita coisa me clareou a mente, e em um destes sites tive uma pontinha de ESPERANÇA, um remédio chamado SOLÍRIS, a tal cura enfim sem ter de fazer transplante!!!!!
Na próxima consulta perguntei ao meu medico sobre o Soliris, daí tive a decepção de saber que ele ainda não tinha no Brasil e era caríssimo, mas o HC estava tentando conseguir, então havia esperança, fiquei esperando o tal remédio milagroso.
Neste tempo as dores haviam diminuído, mas não desaparecido, estava fazendo transfusões com mais frequência, tomando Prednisona e Marevan para prevenir o aparecimento de tromboses. Meu médico me explicou que não poderia tomar hormônio (e era o que tinha tomado por um longo tempo), nem antiinflamatório, nem antibiótico só analgésico. Na época das dores fortes tomava qualquer remédio, até mesmo tarja preta, tomava também uma injeção antiinflamatória quase todos os dias para que aliviasse as dores.
A vida estava sendo colocada nos eixos novamente, ia bastante ao médico mas bem menos do que antes, então conseguia conciliar com meu serviço e faculdade, parar de trabalhar ou estudar para mim era terrível não queria de jeito nenhum.
Mais para frente alguma das complicações de quem tem HPN começaram a aparecer, pedras nos rins, pedras na vesícula, deste modo às internações voltaram. Dr. Guilherme havia me avisado que precisaria retirar a vesícula, mas esta cirurgia deveria ser feita no HC, pois lá eles conheciam melhor sobre HPN.
Era final do mês de Março, ano 2009 quando me internei, e depois de 19 dias internada sai bem da cirurgia, sem vesícula, sem pedras. Não lembro ao certo mas acho que foi depois de uns dois dias que estava em casa comecei a ter febre e dor. Voltei a internar, depois de 11 dias melhorei e tive alta, tinha acabado de fazer 22 anos internada, mas assim que cheguei em casa fiz questão de encomendar um bolo e chamar os amigos mais próximos para fazermos uma pequena comemoração.
Depois de uma semana em casa as dores voltaram, após muito chorar para não me internarem, tive de aceitar, o negócio estava ficando feio, dores, vômitos, não conseguia comer mais, desta vez pensei: "AGORA JÁ ERA, A HORA CHEGOU". Foi quando passei minha primeira sonda nasal e foi quando me operaram pela segunda vez.
Foi uma Laparotomia Exploradora, onde encontraram apenas uma apendicite, mas como era uma cirurgia maior, fui direto pra UTI, haviam também passado um cateter no meu pescoço, eu não tinha mais veia nenhuma para colher exame, muito menos para tomar medicação.
Neste tempo uma das coisas que eu mais temia aconteceu, a faculdade teria de ser trancada, do meu trabalho já fazia uns dias que estava pelo INSS, mas a faculdade era pior, estava no último ano, pagando formatura, fazendo TCC, planejando um futuro profissional, tudo agora estava momentaneamente parado.
Eu realmente não me lembro ao certo do tempo que fiquei desta vez na UTI, mas acho que foi cerca de uns dez dias, melhorei e me levaram para o quarto, o local do cateter estava doendo muito, no dia seguinte meu pescoço estava todo inchado, fizeram uma tomografia e constou uma trombose em três veias do pescoço, uma dela descia para o braço, que ficou enorme também, voltei para a UTI.
Desta vez foram trinta dias, nunca vou me esquecer, o pescoço inchou cada vez mais e fui entubada, nossa aquele dia eu fiquei com medo, como eu chorei, como eu gritei. Depois disso por uns dez longos dias só sei daquilo que me contaram. Contaram que fiquei tão inchada que não tinha mais pescoço, que me deram 50% de chance de sobreviver. De vez em quando eu acordava e só me lembro de estar em lugares diferentes do que o hospital das clínicas, me via num quintal onde chovia ou às vezes via uma festa rolando kkkk. Não lembro se sentia dores, não lembro se o tubo incomodava, eu não tinha mais noção do tempo, só lembro que sentia muita sede. Até que me desentubaram, logo após o pescoço desinchar.
Após uma melhora ainda na UTI, tive uma recaída, e a depressão foi batendo, queria sair de lá, não aguentava mais, sempre conversava como uma psicóloga, mas não teve jeito, tiveram de deixar minha mãe ficar comigo, daí melhorei um pouco.
Após os trinta dias na UTI, fui para o quarto, neste tempo não andava mais, não sentava mais, fiquei muito fraca, tinha emagrecido quinze quilos. No quarto tive uma convulsão, acharam que poderia ser uma trombose na cabeça, mas graças a Deus não era, provavelmente aconteceu devido alguma medicação.
Também não lembro quanto tempo fiquei no quarto desta vez, mas acho que foram uns vinte dias, fui para casa mas precisava ir todo dia no PS tomar medicação na veia. Não passou quinze dias e lá estava eu internada novamente, foram treze dias internada, melhorei e fui para casa. Desta vez não foram três dias em casa, voltei com uma inflamação enorme na perna devido a um cateter na virilha que havia sangrado.
Foram vinte e cinco dias internada, mas neste tempo já estava esperando o tal remédio milagroso o SOLÍRIS, minha médica Drª Sandra com muita dedicação e determinação havia conseguido trazer o remédio para mim, por meio de uma doação do próprio laboratório do medicamento.
No dia 10 de setembro de 2009 o SOLÍRIS chegou, depois de ser embargado por um tempo no aeroporto de Miami e quase me matar de ansiedade. Minha reação como o Dr. Guilherme diz: "FOI UM SORRISO ENORME PREGADO NO ROSTO", depois junto da minha mãe, foi um choro de felicidade.

Mensagem




domingo, 24 de janeiro de 2010

Parte 1 - Como tudo começou.

No final do ano de 2005 começaram os primeiros sintomas, dores abdominais intermináveis, nenhum remédio resolvia, nunca havia sentido dores tão fortes, na verdade nunca tinha ficado doente, só tinha tido problema de garganta como quase toda criança.
Ainda não tinha convênio médico então paguei uma consulta no ginecologista (achava que era coisa de ginecologista pelo local da dor, um pouco abaixo do umbigo) e daí veio o 1º diagnóstico: "ENDOMETRIOSE", comecei a tomar remédio para esta doença, hormônio e mais hormônio para que não houvesse menstruação. Logo fiz um convênio e a partir disto batia cartão no hospital quase todos os dias, pois logicamente as dores não passaram, quero dizer, aumentaram, até que um dia veio o 2º diagnóstico: "SUA FILHA DONA ARLETE NÃO TEM NADA, O QUE ELA ESTÁ QUERENDO É CHAMAR A SUA ATENÇÃO, TUDO PSICOLÓGICO", me deram um sossega leão e pronto, fiquei uns dois dias com a cabeça parecendo que tinha uma melancia pendurada nela.
Daí a coisa ficou complicada, meu pai não sabia se acreditava em mim ou no médico maluco do PS, de uma hora para a outra era tudo culpa minha, eu que era muito nervosa, que não parava de pensar em dor e por isso sentia dores. Que bom que isto durou pouco, logo minha mãe o convenceu de que eu não tinha o porquê estar fingindo ou chamando a atenção deles, pois desde os 15 anos eu trabalhava tinha meu próprio dinheiro estava começando a faculdade e até sentir as tal dores eu era bem feliz.
Passamos para a medicina alternativa, alguém indicou para o meu pai um homem que era espírita e que curava pessoas doentes, e lá fui eu, em um dia em que realmente eu estava mal, por incrível que pareça eu sai até bem de lá naquele dia, voltei algumas vezes, mas quando descobri que meu pai tinha pagado uma fortuna para aquele homem desisti de ir (meu pai ficou muito bravo), quem quer ajudar não fica cobrando de pessoas desesperadas, é assim que eu penso, não voltei mais. Ahhhh já ia me esquecendo este também me fez um diagnóstico neste caso o 3º diagnóstico: "RENATA VOCÊ ESTÁ COM COMEÇO DE CANCÊR NO ABDÓMEN".
Neste tempo, estava ficando internada direto, até que em uma destas internações em um exame de sangue constou que eu precisava de transfusão de sangue, e após dois meses desta primeira transfusão, minha hemoglobina havia caído novamente e tive de fazer uma segunda transfusão de sangue, confesso que isso me assustava muito, precisar de fazer transfusão não é nada bom, não podia ser nada bom. Até que um dia uma médica do convênio me aconselhou a procurar o HOSPITAL DAS CLÍNICAS, escreveu uma carta, contando minha história. Meu pai foi até ao HC e conseguiu uma consulta por sorte, pois as consultas no HC são muito difíceis.
Quando chegou o dia da consulta na sala dos médicos comecei a contar a história, cumprida por sinal, e a cada minuto chegava um médico diferente, até quase não ter mais espaço na sala. Outro nível de médicos, atenciosos, super interessados, logo de cara eles desconfiaram do que eu tinha, mas esperaram para falar alguma coisa após os resultados dos exames. Quando estes ficaram prontos, lá estava eu e meu pai esperando o tal 4º e preciso diagnóstico, este foi dado pelo meu grande médico Dr. Guilherme: "RENATA O QUE VOCÊ TEM É UMA ANEMIA MUITO RARA, CHAMADA HEMOGLOBINÚRIA PAROXÍSTICA NOTURNA, QUE NÃO TEM CURA, E O PIOR QUE ELA PODE TE CAUSAR, ALÉM DAS DORES, SÃO AS TROMBOSES"...