Sejam Bem-Vindos

Olá.. meu nome é Renata, tenho 27 anos, moro em Osasco - SP. Espero de coração que gostem e que participem do blog!!


Tenho HPN desde 2005 e estou em tratamento desde 2007, uma luta difícil, mas como dizem: - Temos a cruz que conseguimos carregar. E graças a minha família, aos médicos e a Deus, estou carregando a minha com coragem, esperança, alegria e otimismo.


A psicanálise moderna vê na borboleta um símbolo de renascimento, anexei a foto de uma, para ser o nosso símbolo.



"Quem me dera ao menos uma vez que o mais simples fosse visto como o mais importante" (Legião Urbana)



"Nossa história não estará pelo avesso assim e sem final feliz, teremos coisas bonitas pra contar e até lá vamos viver, temos muito ainda por fazer, não olhe para trás apenas começamos, o mundo começa agora, apenas começamos..." (Legião Urbana)



quarta-feira, 28 de março de 2012

A matéria - O paciente de R$ 800 mil

Em Resposta a matéria publicada na Época semana passada, enviei o e-mail abaixo para a jornalista Cristiane Segatto.

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Prezada Cristiane Segatto,

Meu nome é Renata de Sousa Gouvêa, tenho Hemoglobinúria Paroxística Noturna e faço uso do medicamento Soliris. Recebo este medicamento há quase três anos, desde que tive várias complicações da doença e fiquei por seis meses internada, sendo um deles na UTI.

Eu tenho doador de medula óssea, mas saiba que não são todos os doentes que podem passar por este procedimento. Uma pessoa em estado clínico bom e com doador compatível tem 30% de chance de morrer, piores seriam as chances de alguém que estava totalmente inabilitada, sem andar, sem comer, com várias tromboses e uma série de outras complicações.
Sem o Soliris provavelmente eu não estaria aqui pra lhe enviar este e-mail, este medicamento me salvou já na primeira dose.

Na semana passada comprei a revista Época nº 722 e me surpreendi com o texto da página 52 “O paciente de R$ 800 mil”, primeiro por falar da HPN e segundo por dizer que a sua única medicação (Soliris) junto com outras medicações estão afundando o orçamento da saúde de alguns Estados e municípios. Me parece um tanto contráditorio esta afirmação, sendo o Brasil um país onde se gasta por ex. bilhões com obras não acabadas e superfaturadas.

Li e não concordei com vários pontos colocados por você neste texto e abaixo destaquei algumas partes que me chamaram mais atenção e meu ponto de vista sobre este “Caso extraordinário”.

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“Quem acompanha o tratamento médico de Rafael Notarangeli Fávaro – um rapaz de 29 anos formado em gestão ambiental – se convence de que o sistema público de saúde no Brasil é um dos melhores do mundo”.
Desculpe-me a franqueza, mas quem precisa realmente do sistema público de saúde, sabe que este não é nada bom, falta remédio, falta médico, péssimo atendimento, consultas com prazos longos etc. E no caso do Rafael, o sistema único de saúde paga o tratamento porque ele entrou na justiça, do contrário estaria sem.

“Quem paga é o SUS, o Sistema Único de Saúde. Religiosamente. Sem atraso”.
Uma das maiores reclamações das pessoas que conseguiram este medicamento através da justiça são os atrasos. Talvez o Rafael não tenha do que reclamar, mas se pesquisasse com outros doentes saberia como realmente funciona.

“Como ele conseguiu isso tudo? Como milhares de outros doentes em todo o Brasil, Rafael entrou na Justiça com uma ação contra o governo estadual. Qualquer um que estivesse na pele dele provavelmente faria o mesmo”.
‘Provavelmente não’, com certeza “O FARIA”. Qualquer um, portador de qualquer doença, que tivesse como escolher entre um tratamento pelo resto da vida, mas que te proporcionará uma vida estável e saudável, não se arriscaria em outro tratamento onde teria 30% de morrer (ou mais dependendo do caso). E devido a este índice o transplante de medula óssea somente é aplicado em último caso.

“Isso virou uma grande indústria. Alguns médicos recebem estímulos do fabricante (viagens, benefícios) para prescrever medicamentos de alto custo. As empresas financiam as ONGs de pacientes e a isso tudo se associam os advogados", diz o secretário de Saúde do Estado de São Paulo, Giovanni Guido Cerri”.
Gostaria que o Sr. Giovanni citasse os nomes desses médicos, para fazer uma acusação dessas ele deve fornecer nomes e provas.
Qual o problema das empresas ajudarem as ONGs? A HPN é uma doença rara e muito difícil de ser diagnosticada, eu mesma demorei dois anos pra descobrir, mesmo pagando convênio médico. E sabe como me diagnosticaram? Doença psicológica.
A Associação serve pra isso, tornar a doença acessível, conhecida e possibilitar informações sobre nossos direitos. Mas tenho a impressão que o governo não quer que o povo saiba de seus direitos, muito menos que brigue por eles na justiça


“Mas, quando são obrigados a fornecer remédios caros da noite para o dia (ao preço que o fabricante se dispõe a vender), os gestores do orçamento público da saúde tiram o dinheiro de outro lugar. Com isso, milhares (ou milhões) de cidadãos perdem”.
Em vez de unir esforços para tentarem cortar o fornecimento desde medicamento, porque não se unem para fazer um acordo com o laboratório e negociar valores. O que falta no Brasil é planejamento, pois sabemos muito bem que a carga tributária no Brasil é uma das maiores do mundo.
Os cidadãos perdem muito, mas não é por conta do Soliris ou outro medicamento, é por conta da corrupção. Se nossos governantes parassem de roubar e administrassem o Brasil de forma limpa e clara, nenhum cidadão perderia.


“É preciso reconhecer que priorizar o direito individual em detrimento do direito coletivo tem consequências sobre a saúde pública”.
Porque direito individual? As doenças raras estão aumentando a cada dia, ninguém está livre de ter uma. Quem discute o caso do medicamento Soliris como direito individual é porque está saudável e não precisa no momento de nenhum tratamento de altíssimo custo, do contrário estariam levantando a bandeira de que não se trata de direito individual, trata-se apenas de direito a saúde, direito a vida.

“Além dos pacientes, quem mais se beneficia da judicialização são as empresas que fabricam os medicamentos”.
A frase está apenas fora de ordem. Na realidade é: Além das empresas que fabricam os medicamentos, quem mais se beneficia da judicialização são os pacientes. São eles que recebem o direito a ter uma vida saudável novamente.

"Nos países desenvolvidos, o tratamento do câncer transformou-se numa cultura de excessos", escreveu o professor Richard Sullivan numa edição da revista Lancet Oncology, publicada em setembro de 2011. "Diagnosticamos demais, tratamos demais e prometemos demais." Lá, é cada vez mais frequente a pergunta cruel: é justo que o Estado gaste centenas de milhares de dólares para prolongar a vida de um doente de câncer em apenas dois meses?”
Um dia de vida tem um valor incalculável, ninguém tem o direito de dizer se vale ou não a pena tratar de um paciente por mais um dia ou muito menos dois meses.

“É possível fazer diferente. Com critérios técnicos, gestores públicos poderiam decidir como aplicar o orçamento da melhor forma possível, para garantir a saúde do maior número de cidadãos por mais tempo. Existem ferramentas matemáticas capazes de comparar os benefícios oferecidos por diferentes formas de cuidado médico”.
Concordo plenamente com você.

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É óbvio que a má gestão está afundando Estados e municípios brasileiros, e devido a isto todos os cidadãos perdem. O que não pode acontecer são os cidadãos que precisam de um tratamento de alto custo, receber a culpa pela incompetência de seus governantes.

O direito a saúde não é individual e nem coletivo, o direito a saúde é simplesmente de todos. E o Soliris não é um gasto é sim, um investimento que proporciona uma VIDA.

9 comentários:

  1. Ola gente.... Eu Sou Nooriel vive em Chicago ILLINOIS USA mas de 19 anos e a minha esposa tem doenca de PNH a mas de 13 anos e ela tem sobrevivido ate' HOJE devido a esse medicamento que tem tido bons resultados; A minha esposa nao fala portugues porem eu posso servir de INTERPRETE..SUSGESTAO: PODEMOS FAZER UMA PETICAO INTERNACIONAL PARA PRESSIONAR O GOVERNO BRASILEIRO para que voces recebam essa medicacao gratis; fizemos isso com CANADA e outros paises e funcionou... O que temos que fazer em primeiro e nos organizar; tudo vai depender de voces ai no Brasil; as ferramentas temos como fazer isso. A minha esposa tem contato com pessoas dentro do SOLIRIS industria; fora o governo podemos estudar outros meios como conseguir essa medicina gratis...Para maiores informacoes no nosso site www.pnhdisease.org

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    1. Muito Obrigada pela dica Nooriel, estarei repassando para a Associação de HPN http://www.abhpn.com.br/. Aqui no Brasil são eles que auxiliam na obtenção do Soliris. É muito bom saber que em vários lugares tem pessoas lutando por seus direitos e conseguindo resultados positivos.
      Parabéns pela iniciativa.

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    2. Olá Renata! Estou fazendo uma matéria sobre o assunto. Me manda seus contatos, por e-mail. Pode ser?

      gvaccari@sp.rederecord.com.br

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  2. Begin National petition online, first. Needs to be easy to enter singature to an appeal statement you create. Have someone design for you. Brazilians don't like to be told what to do by "outsiders" and is why to begin national before international singatures. But once you have a couple of pages of citizen signatures, we can put out the word to the international PNH and general communities. International PNH speciaists/researchers can help correct the many inaccurate statements in the SUS and judical decisons/rules found on the SUS site (to see search Soliris). In most countires our PNH doctor has us carry antibiotic to take immediately upon symptons, If diagnosis confirmed all family and contacts get preventive antibiotics too. No not a public health danger. For most recent data on Soliris, showing success search author Peter Hillmen, trial director in UK.

    SC

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  3. This is the Canandian PNH (HPN) website. Review how their petitions are worded to help you create own. The drug was already approved nationally by drug regular but some provinces were denying coverage. People still dying, not approved in Scottland.

    http://www.pnhca.org/home-page-featured-posts/rare-blood-disorder-patients-appeal-for-funding-of-life-saving-treatment/

    SC

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    1. Hi SC, thanks for these informations. In Brazil there is the PNH association that provides information and help people that have PNH. I will send these informations and the website link to them. I will be glad to receive any other information about it.
      Thanks a lot.

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  4. Renata, so some private (particular) insurance does cover Soliris in Brazil? I noticed a Brazilian sales woman on Linkedin who works for Alexion and has been employed by them for 2 months to sell Soliris in Brazil. So someone must be able to get it, though not with SUS. Maybe SUS will pay if a patient has a clot or is deeloping kidney failure? My spouse is from Brazil, we thought of recturning, better job market, but I already had kindey failure and have 99% clone so can't take chance with my health in Brazil. Wishing you and everyone there well. We are to take anticoagualtion warfarin if clone over 50%-greater clot risk. Are most of you on warfarin at least? Was on only that 11 years ( plis iron, folate) and got no clots. Nice website/blog, Yes, I saw the links. Keep up the fight! And stop by www.pnhdisease.org, tons of info, & experience with PNH sharig, search tool. Is international group, very big. I'm Susan. sc

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  5. Susan, As far as I know, the private insurance in Brazil does not cover this medication. But if some person is able to buy the Soliris and have a prescription, can buy without any problem. I just know patients that receive Soliris through SUS. Yes, I make use of warfarin and also I had several clots. Thank you for inform me about this group, I'm already assigned on it.

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  6. Parabéns Renata, não podemos nos calar. Reportagem tendenciosa e reveladora de que as políticas públicas para saúde no Brasil atendem aos interesses de seus gestores (estão pensando no dinheiro, no orçamento, quando bilhões são pagos em juros de dívida pública todo ano, fora os desvios de recursos...). Deveriam estar pensando no interesse público, e essa merreca que o Estado gasta sequer pode ser comparada ao valor de uma vida.

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